Mole de doer


Rosa Pena
 
Andreia, trinta aninhos, conheceu Dudu de vinte e dois. 
Ela é da geração que ama homens com bíceps torneados, barriga tanquinho, boas coxas e uma belíssima bunda. Eduardo tinha tudo isso e muito mais. Verbo no passado? Sim. Acabou. Por quê? Vacilo de Deia. 

Logo que eles começaram a ficar (ficar é parecido com namoro, mas sem compromisso. Não entendeu? Pô!) a linda jovem toda tatuada e formada em jornalismo, se lixou para o nível de ensino do apetitoso. Mas, o que era para ser uma vez virou muitas e a troca de torpedos ficou maior do que os da Guerra da Croácia. Quando chegavam, em vez dela ficar feliz, perdia o tesão. O gato-garoto escrevia tudo errado. – Deia ta com saldades de minhas cochas? A jornalista respondia:
- Dudu suas coXas são lindas, mas saudade é com u
Depois de uma semana entre tapas-torpedos e beijos na cama, Eduardo se encheu das correções e vazou do verbo se mandar. Deia sentiu uma falta cavalar daquela multiplicidade de orgasmos que tinha só de olhar para o totoso. Puts!Tinha sido muito mais rigorosa que o Enem. 

 Vapt vupt  conheceu Pedro com a consistência do anterior e um fôlego de maratonista. Ficaram. O verbo se alongou e quando percebeu que já tinha mais de uma semana de intimidade e três mensagens sem revisão no celular, pediu com biquinho: 
- Paixão!!! Sem mensagem de texto. Estamos na era do Instagram. Manda fotos... Do peito, da bunda, das coxas e lararirará. 

Viveram felizes (cinco meses é sinônimo de eterno nesse tempo mole de doer. Duro é o do Pedro) para sempre.
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 21/05/2014
Alterado em 16/10/2017
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.





Site do Escritor criado por Recanto das Letras
art by kate weiss design